SKATE da fronteira oeste: SKATE em CUBA !

Cuba figura entre os países mais interessantes do mundo para mim. Seja do ponto de vista turístico e cultural (uma paradisíaca ilha caribeña, com muita música latina, Compay Segundo [ouça isso e isso], etc...) quanto pelo aspecto político.
A revolução Cubana de 50 anos atrás rompeu com o colonialismo e marcou para sempre a história do mundo. Ao cravar a bandeira de um SOCIALISMO nos "quintais" do Tio Sam, Cuba virou referência mundial para todos que acreditam que, de alguma forma, um outro mundo é possível e tornou-se também uma grande pedra no sapato do chamado pensamento único.

Deixando os prós e contras Fidel e os barbudos da Sierra Maestra para outro debate, vamos saber mais sobre o skate "en la isla"!(antes faça-se justiça: também haviam mulheres na Revolução!)

O skate cubano está em estágio bem básico; mas vemos muitos skatistas com estilo e manobras boas podem ser vistos em algumas cenas catadas pela internet.

Alguns bons espaços para o skate também se encontram por lá! E em geral é possível andar de skate em quase todo o lugar, com algumas restrições nas proximidades da Universidade de Cuba e em alguns monumentos históricos (já sabemos como é isso!!!)Quem traz o relato é o Wild Turkey no site www.infoshop.org (recomenda-se!) contando sua estada em Havana, em 2006. Destaque para o "Parque dos Rockers" e El Malecón.

Pistas, ao que se pôde ver, são poucas. Em Havana foi construída uma skatepark de nível internacional há cerca de um ano e meio, após alguns eventos organizados pelos praticantes com apoio do INDER (Instituto Nacional dos Desportes e Recreação), órgão como um Ministério que trata de Esporte, Cultura e Lazer.Os eventos serviram pra comprovar a "buena onda" e respaldar o pedido de investimentos públicos no carrinho. Recentemente Sandro Dias esteve em Cuba, em mais um dos eventos promovidos por marcas estrangeiras (Red Bull principalmente). Estes eventos têm sido mais freqüentes nos últimos tempos apesar da permanência do embargo comercial imposto à Cuba pelo "Império".

Entretanto a história é mais antiga!

En Cuba las primeras manifestaciones comenzaron a finales de esa década [80], según las publicaciones de la época. En 1988 algunos jóvenes de la capital comenzaron la práctica de deportes extremos como las patinetas, los patines y las BMX.
«El skateboard o patineta es un deporte recreativo apenas conocido en Cuba, pero que ya cuenta con jóvenes adeptos», dijo la revista cubana Somos Jóvenes en 1988.
Conforme informações do www.juventuderebelde.cu
O maior problema é o custo dos materiais e a escassez de investimentos no skate. Os materiais de baixa qualidade, em geral produtos chineses,ou algo melhor custa valores impraticáveis para os cubanos (é caro aqui também, mas para os padrões cubanos skateboard é um luxo!). Talvez com um novo olhar dos órgãos do governo isso mude e haja investimentos em skate e apoio aos praticantes.
Hoje em dia, a principal forma de conseguir skates é em viajens ou recebendo de parentes que estão fora de Cuba. Há também a bebida energética Red Bull que doa um lote de equipamentos de skate a cada ano. Segundo algumas informações extra-oficiais, a Red Bull tem um Departamento de Esportes da América Latina que simpatiza com a ideologia comunista cubana. Isot até pode ser verdade - quem sabe? Porém, uma coisa é verdade: a Red Bull tem que doar (de acordo com a lei cubana) o equipamento para a população cubana em contrapartida à realização de eventos e comercialização de seus produtos.

Encarregados pelo INDER afirmam que, nos últimos 6 ou 7 anos alguns investimentos começaram a ser feitos, porém a prioridade em Cuba ainda é para as modalidades onde se destacam mundialmente os seus desportistas.
Fidel Bonilla, chefe de INDER afirma: «Temos alcançado alguns avanços, porém reconhecemos que ainda é insuficiente o apoio econômico que damos a estas atividades. Essa situação mudará quando contarmos com mais possibilidades de financiamento. De momento o que temos é muita disposição e vontade de ajudar aos jovens com o que podemos.»
Há propostas de desenvolver indústria interna para os produtos de skate (veja um pouco mais sobre as dificuldades de comprar material em Cuba no vídeo abaixo)e também alguns eventos que já encontram mais de 3 mil praticantes do skateboard na Ilha. Com esse quadro o pessoal do juventud rebelde é otimista e afirma que em alguns anos poderemos ver algum cubano se destacando no circuito mundial.

Esse vídeo aí abaixo, que eu assisti pela primeira vez no blog do Arakaki (SKATAHOLIC), me provocou a saber mais sobre o skate no mundo todo. Coloca uma visão crítica ao regime e coloca as dificuldades do skate em algumas questões como acesso aos produtos (falávamos antes do embargo, lembram?) e das dificuldades de se deixar o país para seguir algum circuito fora da Ilha. Vale a pena conferir a bela produção e mais uma mostra da alegria e da garra do povo cubano...