VENEZUELA

Chegamos então até a Venezuela !!!! A República Bolivariana da Venezuela, conhecida mundialmente pelo seu petróleo e pela presença marcante de Chávez (sobre Chávez sugiro clicar aqui).

Mas como sabemos nosso papo aqui é SKATE !

Então vamos deixar que nosso amigo Luiz Gusmán, direto de Caracas nos conte a história do board por lá. (traduzido e adaptado)

Luiz Gusmán é skatista e editor da VSM (Venezuela Skateboard Média) e da Revista 7Capas.

Aqui flagrado, em ação, pelas lentes de José Zambrano. Manobra: Noolie heel flip, na Praça Bélgica Altamira, em Caracas.

Gusmán começa agradecendo a oportunidade de falar sobre skate venezuelano, ao que respondemos: - Que nada irmão, estamos todos juntos nessa!!

A história do skate por lá

"Segundo o que eu sei, talvez me falte saber de algum detalhe, mas o movimento do skate começou quando dois irmãos de decendência chinesa, mas que viviam entre EUA e Brasil, vieram viver em caracas com suas famílias. Eram os irmãos Koike.

Trouxeram seus skates e daí começou,aofinal dos anos 80, o skate na Venezuela.

Começaram a trazer tábuas e materiais, a viajar por outras cidades e difundir a 'patineta' ".

Nos anos 90 a loja AERO começou a promover o esporte, importando peças e vendendo tênis de skate e, principalmente, apoiando skatistas de Caracas e do interior da Venezuela. Daí em diante foi como uma bola de neve: mais lojas e muito mais skaters!

Um marco importante

Em 2002 foi organizado um grande circuito de competições por todo país, com apoio de marcas e de gente interessada no desenvolvimento do esporte, ma slogo em seguida com a greve patronal das petroleiras (Nota : Boicote das multinacionais do petróleo à nacionalização da riqueza pelo Governo Bolivariano da Venezuela) se criou umclima de instabilidade e a maioria das importadoras se forma do país ou faliram. Só ficaram as mais organizadas e com maior nível de vendas.

Passado esse susto, de um cinco anos pra cá, retomaram a organização e o incentivo ao skate, com campeonatos, criação de mídias especializadas, vídeos, sítios na web, revistas, etc...

SKATE para todo o lado!

Segundo Luiz, o movimento é mais forte pelointerior do que na própria capital Caracas. Existem muitas iniciativas boas ao redor do país.

Na cidade de Valência existe uma base de comunicação muito boa para divulgar o skate (http://www.venezuelaskateboards.com/ / http://www.culturapatinetera.com/)

Em Barquisimeto se construiu uma boa pista de concreto.

Em Maracaibo existe um movimento forte e muitos lugares para se andar

Em Margarita fazem um bom site e também tem muitos lugares para se praticar.

Na foto ao lado, em PuertoOrdaz, um fake flip de RaYmundo Viscaino. -->

Hay muchas marcas nacionales? - perguntamos.
"Algumas são locais mas fabricam fora da Venezuela, como a VEC Sktbrds e a SKATEK.

Na verdade é difícil produzir aqui pois falta uma boa madeira e outras condições, as quais já estamos trabalhandopara resolver".

Quanto às roupas, existem poucas marcas específicas de skate (RANDOM, dabrotherhood) mas muitas marcas que buscam ums egmento alternativo, juvenil e acabam produzindo para skatistas também.

Destaques da cena atual

Com muito esforço e luta existe um pessoal fazendo o skate acontecer!

Eventos e campeonatos grandes a cada dois meses, um nível crescente de manobras, muita variedade de estilos, jogos S.K.A.T.E., e "rallys patineteros" (tipo "Trasher on the road", ou pra nós no Brasil, o "SKT na estrada") e muita cobertura fotográfica e divulgação na internet (http://www.vsmskate.com/ / http://www.venezuelaskateboards.com/ / http://www.pstvm.com/ / http://www.culturapatinetera.com/ / http://www.margaritaskate.net/ / http://www.viciousbnr.com.ve/ entre otras más). Além das "skate girls" que estão cada vez mais organizadas, andando muito e divulgando o skate feminino - uma tendência mundial que no Brasil ainda é pouco valorizada e incentivada, com raras exceções em alguns centros.

Luiz nos cita uma lista de skatistas de destaque na Venezuela: "Kliber Velazquez, Abraham Reyes, Odlanier Arteaga, José Zambrano, José Luis Ouzande, Miguel Mujica, Rafael Torres, José Herrera, etc".

PISTAS ?

Pra variar quermos saber de pistas. Estamos na cata da nossa aqui na cidade de Uruguaiana, então verificamos pelo mundo a presença, ausência e influência disso no desenvolvimento do skate.

Na Venezuela existem alguns skateparks, porém muito longes um do outro. Na capital, apenas a pequena "Colina de los ruices". Pistas melhores vamos encontrar em outras cidades como por exemplo: em San Felipe a pista de Edo; na cidade Bolívar a pista Yaracuy; em San Diego; em Chacao estão construindo agora.

Mas o melhor de todos está em Barquisimeto:

Venezuela Skateboarding Nuevo Skatepark de Barquisimeto from vsmskate.com on Vimeo.

Ainda falta conseguir mais apoio do governo. Segundo Luiz, para se conseguir apoio governamental o esporte precisaria estar federado e falat muito para chegar a esse nível de organização. Algumas iniciativas do governo até existem mas tratam o skate mais como um movimento cultura do que como uma modalidade esportiva. * No fundo é uma visão interessante, apesar de limitada*

Por enquanto tudo é feito "por patineteros para patineteros", no melhor estilo "do it yourself".

Lá como aqui, o skate não é prioridade na maioria dos governos! E isso "..es una lástima porque la patineta es una actividad que la gente si disfrtua, no sólo la gente que la practica sino la gente en general, es una actividad que llama mucho la atención. Me ha tocado ocasiones en la que la gente que está en la calle, simplemente se para a ver como esos muchachos vuelan mágicamente con esa tabla debajo de los pies... ". Pois é! Lá e aqui...

Falando sobre governo, puxamos o assunto sobre a política na Venezuela. Para nosso amigo Gusmán, a diferença entre um skatista chavista e um não chavista é apenas que um acredita em Chávez e outro não acredita; no skateboard estão unidos fazendo a correria para que tudo evolua da melhor maneira possível.

... la buena y skateboarding hasta la muerte.Saludos!

Assim se despediu nosso brother venezuelano! SKATE SEMPRE, EM TODO O MUNDO!